sábado, 19 de setembro de 2009

p(r)oem(i)a(l) vascular

um dia tão lindo,
mas um coração angustiado...
os pássaros poderão finalmente planar sobre as àguas
que correm e escorrem num sem-fim corregar
no sem-fim sentir-se alegrar?
há os prédios no meio do caminho,
para não ser tosco e citar o velho poeta
pra um sentido tão sombrio...
e a fumaça que sobe do hálito impuro dos automotores
paira como uma cúpula na selva onde as aparências
e o desejo de si só para só si enraízam a árvore malacabada;
e de quem será a culpa se é que a culpa é de quem será?
lágrimas purificariam os frutos enegrecidos,
soluçantes nos recônditos do jardim ressequido?
é como esperar o abraço do grande amor da sua vida que nunca virá;
é o frio que congela o orvalho da manhã...
um dia tão lindo
para um coração amargurado...

mas se não fossem as ventuinhas tragando as correntes de ar
o tampão poderia até que ser liberado -
mas do lado de cá do equador
as águas caem ao contrário;

e decido um repouso, um afago alvar qualquer,
para que me leve o mais longe quanto puder!
até ao horizonte se desorientar
e atroriar-se feito as folhas de inverno,
ressequidas e transpostas umas sobre as outras;

não anda nada bem o que deveria ser natural,
esse social afoba até as amebas amorais -
não mais que estrapola os limites da compreensão;
e penso comigo mesmo:
"elas ainda insistem em se apoiar na superfície;
mas as raízes tendem a estar mais profundas,
a não ser que seja uma de raízes não-subterrâneas...
mas mesmo assim, elasticamente prossegue o tempo,
como se não fosse o que é, como se fosse o que não foi (sendo o que é),
e mesmo assim, sendo o que não é e não sendo o que não é;
mas não sei, as coisas tendem a ajeitar-se com uma Necessidade necessitante...
o que não garante que o sol vá nascer amanhã, não é sr. hume?
nada me garante também que queimarei minha mão pondo-a sobre o fogo, de qualquer forma...
não, haha, imagina, o sol não nascer amanhã...

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